Este é o ano que comemoramos o centenário de nascimento de João Guimarães Rosa.
Mineiro de Cordisburgo, antes de completar sete anos, começou a estudar francês por conta própria. Ao longo da vida dominou várias línguas, disse uma vez: "Falo: português, alemão, francês, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito a compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração."
Formou-se em medicina, iniciou sua carreira no interior de Minas Gerais e, em seguida, ingressou no Batalhão de Infantaria de Barbacena como oficial médico. De 1933 a 1935, trabalhou no Serviço de Proteção ao Índio. Estimulado pelos amigos, prestou concurso para o Ministério do Exterior e foi aprovado.
Em 1938, foi nomeado Cônsul Adjunto em Hamburgo. Durante a guerra, por várias vezes escapou da morte; uma noite, ao retornar para casa só encontrou escombros. Embora consciente dos perigos que enfrentava, protegeu e facilitou a fuga de judeus perseguidos pelo Nazismo, sempre apoiado por sua esposa, D. Aracy. Em reconhecimento, o nome do casal Guimarães Rosa foi dado a um bosque próximo a Jerusalém, em 1985. Há nos arquivos do Museu do Holocausto, em Israel, depoimentos das pessoas que foram salvas por eles.
Rosa foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1963, mas adiou sua posse até 1967, pois já antevia sua morte após a posse...De fato, sofreu um colapso três dias após o evento e faleceu em 19/11/1967.
Como ele dizia: "As pessoas não morrem, apenas ficam encantadas”.
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